quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

P.N

Nos obscuros pinheiros o vento desenlaça.
A lua fosforesce sobre as águas errantes.
Dias iguais se perseguem.
A névoa se desenha em figuras dançantes.
Uma gaivota de prata se descola do ocaso.
Às vezes uma vela.
Altas, altas estrelas.
Ou a cruz negra de um barco.
Só.
Às vezes amanheço, e até minha alma está húmida.
Soa, ressoa o mar distante.
Este é um porto.
Aqui te amo.
Aqui te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou te amando ainda entre estas frias coisas.
Às vezes vão meus beijos nestes barcos graves,
que correm pelo mar até aonde não chegam.
Já me creio esquecido como essas velhas âncoras.
São mais tristes os molhes quando a tarde atraca.
Minha vida se afadiga faminta inutilmente.
Amo o que não tenho.
Tu estás tão distante.
Meu fastio faz força com os lentos crepúsculos.
Mas a noite chega e canta para mim.
A lua faz girar sua roda de sonho.
Me olham com teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo, os pinheiros no vento querem cantar teu nome com suas folhas de cobre.

Pablo Neruda

domingo, 23 de novembro de 2008

Saudades

Será normal este sentimento dentro de mim?Esta solidão que me consome cada vez que respiro, este vazio como que um buraco que cada vez fica mais fundo para onde eu escorrego e deixo a terra envolver-me num abraço assustador.
Não sou muito de olhar para trás, mas este passado que me consome faz-me falta, preciso dele, este passado aqueçia-me mesmo nas noites mais frias,fazia-me sentir bem comigo próprio enquanto eu me sentia bem por amar,tenho saudades de amar...
Agora sentado aqui enquanto milhões de pensamentos me correm pela mente, debaixo desta lua que pareçe ter simbolicamente algo de macabro, deixo o cigarro arder assim como a minha alma, porque já não sei para que a tenho, o meu coração vai escureçendo até ficar negro como a noite, e os meus olhos perdem o brilho, apenas sinto falta de uma coisa, pela qual eu voltaria atrás sofreria da mesma maneira e ia até ao fim do mundo apenas por mais um toque daqueles lábios doces que me faziam esqueçer todos os meus problemas, onde eu não tinha fraquezas.
Tenho saudades tuas, sem ti sou apenas mais um no meio da multidão que me arrasta, e eu sem saber para aonde vou, porque já nada interessa...

sábado, 22 de novembro de 2008

Olhos de Silençio

Algumas pessoas tem olhos de silençio, eles vêm mas não falam,eles guardam tudo o que sabem no fundo da sua alma, e no fundo da alma guardam uma necessidade que o seu coração procura.
Estes olhos vêm,sentem,amam,choram?Estes olhos de silençio nunca to dirão, podemos tentar le-los mas nunca conseguiremos perceber,porque aqueles olhos de silençio vivem o seu proprio inferno.
O que será que faz uma pessoa prender todas as suas emoções no fundo da sua alma,resguardar-se na prisão da sua mente sem nunca sair cá para fora para tocar a realidade?O medo dentro deles torna-os cegos, um dia esses olhos de silençio, gritarão e quando a solidão se tornar insurpotavel, apagará o medo e o amor ira governa-los.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Quero

Estou à espera que o sol nasça ao meu lado e que de mim se crie próprio, enquanto isso fico sem pedir para sentir o que se sente, só seguro forte e espero que brilhe entre cada sentido teu. Dos teus, faço meus olhos e conduzo-me até onde eles me vêem, mesmo através da mais escura razão, sinto que quero e em ti, oiço a força do teu toque.
Ficará a parecer que se perde, mesmo na tua presença, mas agarro no que se assume amanhã e uso e abuso do seu crer até ser meu, como hoje. Vou estar lá, no caminho marcado pelos traços de sempre, banais e intransponiveis, sedentos de nós. Por assim continuar, criando figura de ti em todo o pedaço de pensamento meu, sem poder te dou e te peço, que por mais caminho ingrato e batido que fique de trás, acredites que vou lá estar.
Ainda te amo <3